sábado, 24 de abril de 2010

l'amour fou

amour fou,
assim apelidaram os franceses a louca paixão.
mas que sabem eles?
amour fou... mais me parece foolish,
como se diz na língua inglesa.
sim, sem dúvida, parece-me mais adequado.
acho que apenas um louco,
um louco, demente, insensato, alienado, doido!
só alguém que perdeu todo o sentido da razão pode,
na sua demência,
desejar apaixonar-se.
todo e qualquer ser possuidor de uma réstia de sanidade sabe,
e sabe-o bem!
como qualquer presa que se deve afastar do seu predador,
a gazela do leão.
um leão bem esfomeado.
e como se já não bastasse,
trás consigo companhia,
não vem sozinho, não.
o lambão arrasta uma fêmea capaz!
se viesse sozinho, aparecesse, esfomeado,
sim, quem sabe, nem precisava ser muito doido,
atirava-me às suas garras.
mas não, nem pensar.
aquela vil mulher, faz ela todo o trabalho sujo e,
no final, contenta-se com a carcaça.
e o rei? esse empanturra-se na nossa morte.
ah! paixão!