sábado, 25 de dezembro de 2010

perto de casa

tornaste-te um porto seguro,
a corrente no calcanhar.
nem para me salvar,
saltaria este muro.

só quero aqueles lugares
com as ruas todas iguais.
perto de casa e nada mais,
longe de outros olhares.

aprendi a adormecer contigo,
ganhei gosto ao teu cheiro.
quem chegou a ti primeiro,
quem te beijou o umbigo?

a primeira vez que te vi,
lá de longe, ser belo avistei.
logo, de fraco, me entreguei
neste obsessão que não previ.

quis este mundo me massacrar,
dar a conhecer essa existência.
juro que vou sem prudência,
se num momento te puder agarrar.

mas quem segurou foste tu,
acorrentaste, e depois abandono.
sentes-te rainha nesse teu trono,
trincas este coração assim cru.