sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

tanto sono e tanto frio

tanto sono e tanto frio,
chega ao coração um calafrio.
tanto espaço em vazio,
na cama - que lugar sombrio!

vem aqui, chega bem perto,
puxa a manta que estou a descoberto.
usa o teu calor como for mais certo,
na cama - sem ti, um deserto!

leva daqui a podre solidão,
empesta a vasta imensidão.
traz surpresa para um serão,
na cama - entre dedos, a mão!

tudo gélido, austero lá fora,
sair de casa - não é boa hora.
aproveitar o tempo da demora,
na cama - não vás embora!

faz sentido aos miúdos,
para isso nem é preciso estudos.
pela sala jogos absurdos,
na cama - são filmes mudos!

toda a água deste mês,
corre na obra que o homem fez.
a hora é de contar até três,
na cama - e dorme-se de vez.

quando estiver para terminar,
é só querer, poder e voltar.
que uma noite sem luar,
na cama - foi sonhar, sonhar, sonhar!