sábado, 5 de março de 2011

o amor é ilógico, caraças!

o que associamos ao amor tipicamente? ocorre-me sexo, monogamia, discussões, beliscões, carícias, surpresas, puxões, esticões, noites em claro, jantar fora, cinema, passear, chupões, chorar, gritar, mordedelas, partilha, cama, chocolate, colo, aperto no coração, ciúmes, pôr do sol, cedências, tristezas, mágoas, limitações, dar a mão, lingerie, ofegar, constrições, dilemas, são problemas, beijos e estratagemas. de certo que a outros ocorrem coisas diferentes, não há um amor igual. nunca entendi como se é capaz de dizer algo como 'nunca irás encontrar alguém que te ame tanto quanto eu'. será que fizeram uma descoberta socioantropológica reveladora e descobriram uma maneira fantástica de quantificar um sentimento - e aquele que é o mais confuso de todos? cada amor é único, esquisito e diferente à sua maneira, apenas aceito algo como 'nunca irás encontrar alguém que te ame da mesma maneira que eu'. e não somos o único ser que tem relações sexuais sem o intuito de procriar - apenas porque retiramos prazer de tal acto, outros mamíferos como os golfinhos também o fazem. contudo, somos algo bem peculiar no que toca a este conceito que é tão intrínseco e tão alienígena à nossa espécie: o amor. pois bem, praticamente todo o mundo animal é bígamo, porque precisamos nós da monogamia? é contra-evolutivo. enquanto o resto do reino animal luta e morre para transmitir as suas sementes de macho alfa às gerações seguintes com o maior número de fêmeas possível, prevalecendo a sobrevivência dos melhores genes - segundo um tal senhor darwin, nós queremos o menor número de parceiros. grande parte de nós exige isso do outro, eu incluído. porque somos tão picuinhas? o amor é mesmo irracional, chega a parecer-se com uma balança cega! de cada vez que falamos com o nosso mais que tudo, temos de ponderar dois factores numa razão de proporcionalidade inversa: ser sincero e magoar, não magoar e mentir. a verdadeira angústia centra-se em saber escolher o momento oportuno em que damos prioridade a um em detrimento do outro - sem nunca sair verdadeiramente triunfante, no entanto. quando damos por nós, estamos em paixão. só pensamos naquela pessoa, só precisamos daquela pessoa, só queremos aquela pessoa até ao dia em que para continuar a amar aquela pessoa temos de dar um espaço infinitamente grande de tão pequeno que é. certamente que o amor é algo que nunca vamos entender, intriga as mentes brilhantes enquanto que é apreciado apenas pelos ignorantes.