quinta-feira, 17 de março de 2011

vem comigo

volta - sem nunca cá teres estado,
trás contigo uma lágrima contida,
partilha-a comigo e fica por cá,
tenho dois braços desamparados,
a balancear ao sabor do vento,
enche-me o peito contigo,
agarra-te para nunca mais largar,
quando pensas ver em nós o novo dia,
um outro amor talvez,
é verdade o que dizem?
ouvi falar que voas bem alto no ar,
que nunca te deixaste apanhar,
são as gotas de chuva que te engolem
no desértico céu azul.
pé ante pé na vontade de fugir,
não sei mais por onde seguir,
vou em direcção ao horizonte
e vou contigo - para me perder
na face oculta da terra.
maravilhei-me ao ver-te dançar
ao tom do ar a soprar,
são as folhas caídas a pairar
que te envolvem,
me fazem sonhar a dormir.
o respirar é mais bonito
quando fazes parte de mim,
por vezes, até parece valer a pena.
para o infortúnio de te conhecer,
a morte vem no beijo do adeus.