sábado, 23 de julho de 2011

não, longe

aquele grupo era constituído por mim e pela madalena, a minha companhia, ao que se juntou o josé e a eduarda. o plano era esperar os restantes dois, o pedro e a mafalda, para jantar e apreciar a sétima arte. sempre me considerei uma pessoa com fracas aptidões sociais, sem alguma vez saber como agir perante os da minha espécie ou o que a sociedade em geral espera de alguém como eu em certas ocasiões. contudo, há determinadas interacções que se consideram básicas. todos nós as activamos instantaneamente, sem pensar, como respirar. encontrámos o josé e a eduarda primeiro. a madalena cumprimentou a rapariga, com um beijo em cada face, e repetiu o mesmo procedimento para o josé. eu fiz a minha parte, também. apertei a mão do rapaz, com força moderada. um bom cumprimento, treinado e curto, como este deve ser. faltava-me interagir com a madalena. depois de observar o sucesso da actuação entre as duas, pensei que imitá-lo seria o suficiente para despachar aquilo que, para mim, é um momento desagradável. iniciei o movimento de beijar cada uma das faces da eduarda, quando fui interrompido por palavras por ela pronunciadas. "não, não quero." foi o que ela disse e a noite prosseguiu conforme o programa.