segunda-feira, 11 de julho de 2011

quando nos conhecemos

- lembras-te do dia em que nos conhecemos?
- ah, esse dia. sim, lembro-me, claro.
- foi a primeira e única vez em que tive o coração partido antes de abandonar as minhas mãos.
- preocupas-te demais, joão. estamos aqui hoje, juntos, não estamos?
- estamos sim, para minha eterna felicidade.
- é porque tinha de acontecer, independentemente das voltas e reviravoltas que fomos forçados a superar.
- acho que tens razão, joana.
- então vá, não penses mais nisso.
- quando me lembro, é uma visão tão viva como assistir a um filme em alta definição. eramos nós, sozinhos numa mesa para dois, quando entrou aquele rapaz no café. estava a contar-te algo e os teus olhos vidraram-se em tal personagem, não mais os teus sentidos tiveram noção da minha presença. senti-me evaporar no ar, tornar-me um fantasma no seio deste mundo tão vivo. penso que se me tivesse levantado e saído não terias reparado.
- oh, deixa-te dessas coisas. é claro que teria reparado, joão! mas ele era tão charmoso, às vezes uma pessoa não se contém.