sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

mafalda

eis um homem que se esconde por gosto,
por medo, vontade e total fraqueza,
tem olhos indignos à tua beleza —
coração vítima de fogo posto.

é incapaz de abandonar o covil,
deixar entrar a luz da tua imagem —
os sonhos roubam-lhe toda a coragem
que, um dia, teve p'ra ser alguém gentil.

só tu és a musa da eternidade,
rainha sobre a minha paixão voraz —
condenas-me à devota castidade!

um dia, serei esse homem capaz
ou temo sucumbir à insanidade,
que a falta desse amor... me putrefaz.