quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

saudade

nessa cabeça, mais de mil histórias
ficam por contar — perdem-se por aí —
nunca se puderam tornar memórias,
nem nunca a triste sombra eu lhes vi.

nesta minha cabeça, sei só eu
os fantasmas que falam em gentil,
um a um, sussurram "o tempo morreu"
anunciando a vinda de outros mil.

há esse teu sorriso que cura tudo
e me cobre de orvalho matinal,
quando chega em vestido de veludo.

enquanto a ferida não é fatal,
de tantos homens, sou o mais sortudo
porque a distância nunca foi real.