domingo, 27 de julho de 2014

a cidade fantasma

a cidade cresceu em três dias,
                e toda a gente foi feliz,
criaram-se muitas novas manias,
                antes que a vontade que o quis
tornasse, novamente, a ruas vazias.

fora os problemas do quotidiano,
                daqueles que a fortuna trouxe,
e procurei entre o são e o insano,
                uma ideia só que fosse
original na recta e no plano.

mas as ideias ficam lá distantes,
                das gentes que as carregam,
e eu pensei, ainda que por instantes,
                ouvir suas vozes que berram
essas novas ideias incessantes.

no último dia, tudo ruiu,
                foi-se embora toda a gente,
nenhum pensamento persistiu,
                porque andava tudo contente
à sombra da cidade que nunca existiu.