domingo, 8 de março de 2015

em memórias, refém

não és uma, não és duas — és alguém
que sabe que o que vai no pensamento,
se se evade à crueldade do momento,
fica p'ra sempre, em memórias, refém.

mulher! p'ra que queres tanta garganta?
se é quando tens que falar que te calas,
se é quando tens que ouvir que tu falas
e abandonas-me a alma pura e santa!

eu só peço: aproxima a tua ausência,
faz encher, em mim, mares de saudade
que naveguei sob um véu de inocência.

se é crua, se é dura, mas se é realidade,
porque ligas tu tanto à aparência
daquilo que é mentira, na verdade?