sexta-feira, 20 de março de 2015

para ti, querida Florbela

maldito o fado que te condenou
sofrer tanto que ousaste lançar
bênçãos aos homens que querias amar
c'o coração que nenhum outro amou.

maldito seja o beijo da tua boca,
maldita seja a morte que te tem,
maldita a sorte que é minha também,
te rompeu c'os joelhos e deixou louca!

maldita seja a canção estonteante
que só tu decifras nesta nossa arte
e mais não é do que um frémito instante.

e os lábios que não conseguem calar-te
são meus, quando me imponho teu amante
c'os beijos que nunca poderei dar-te...