terça-feira, 5 de maio de 2015

lugar de recreio

na sombra da luz das velas eléctricas
ainda tento encontrar esconderijo
no cerne da alma onde tanto me aflijo
c'oa quantidade de ideias frenéticas.

quando o silêncio da noite enlouquece,
rasga-se, no meu peito, uma fissura
e eu não sei se isto é dor ou loucura
e eu não sei quem lembra, quem esquece...

se houve, em tempos, p'la alma da amargura,
quem da noite fez lugar de recreio
p'ra se esconder à luz da ditadura...

já não sei porque sinto tanto anseio
p'ra falar da doença que nada cura
que tanto desejo, que tanto odeio.