domingo, 14 de junho de 2015

em segredo

p'ra que te pudesse ver p'la alvorada,
nas horas já se perdia longa a noite,
quando o meu peito sofreu o açoite
da tua boca que murmurava nada.

quanto da nossa noite mal amada
se fez estéril campo de batalha
p'ra que, lá do cimo da tua muralha,
permaneças imóvel e calada?

no teu jeito de criança abandonada,
p'ra ti, não passo de um mero brinquedo
que aquece numa noite mais gelada.

já nem sei se isto é hábito ou medo,
sou a tua companhia da madrugada,
porque tu só me queres em segredo.