quinta-feira, 13 de março de 2014

isabel

pode ser que um dia te esqueças
do dia em que me chamaste amor
e de todas as pequenas peças
que me roubaste sem repor.

tudo o que sei é o que sei agora,
assim como tudo o que tenho
angariei na nossa hora
com o esboço de um desenho.

não mereço em mim o teu beijo
ou o doce toque da tua pele,
nem o mumúrio desse desejo
com aroma a favo de mel.

pode ser que um dia te percas,
mas eu vou sempre encontrar-te,
se não elevares essas cercas
que juraste deixar de parte.

tudo o que sei é este bem
que me fazes sem o querer,
como nunca um outro alguém
conseguiu chegar a ver.

não mereço mais do que dás,
ainda que penses diferente:
todas as mulheres são más,
excepto tu — certamente.