uma arma, é tudo o que tenho.
o que possuo não é meu
e o meu reflexo é-me estranho.
o que foi que aconteceu?
encosto à testa ou ao peito?
esse é o meu único dilema.
até para respirar perdi o jeito,
quanto mais para um poema!
as minhas últimas palavras
serão sempre para ela,
sobre essas noites passadas
entre o prato e a tigela.
eu sou louco e moribundo
e procuro algo melhor,
digo tanto adeus ao mundo
que quase o faço de cor.
tenho preso mais um beijo,
a entupir-me a traqueia.
lá no seu esconderijo,
nem parece que chateia.
estou sem ela para o libertar
e o tempo não perdoa,
não me peçam para ficar
quando ficar me magoa.
terça-feira, 30 de abril de 2013
sexta-feira, 26 de abril de 2013
coisas que ela diz (e eu gosto) #3
(uma mensagem inesperada)
- estou cada vez mais e mais apaixonada por ti. sim.
esquisso de
coisas que ela diz
terça-feira, 16 de abril de 2013
meu nevoeiro envolvente
és o nevoeiro que tanto eu prezo,
esse fusco ser que anseio pela manhã.
envolves-me num abraço húmido e frio,
irritas-me a pele e estremeces-me por dentro.
ainda que me roubes o calor da noite,
ainda que turves a minha visão do infinito,
eu sei que te desejo com a vontade de um sonho.
apareces quando menos te espero
e eu corro empecilho para os teus braços,
entre trambolhões e faltas de ar,
nas piores vestes que possuo.
corro para ti com o suor dos pesadelos
e o fedor ao medo irracional do sol,
esse tirano que te diluirá para longe de mim.
tu és o meu nevoeiro permanente,
aquele que mil sóis não conseguem derreter.
esse fusco ser que anseio pela manhã.
envolves-me num abraço húmido e frio,
irritas-me a pele e estremeces-me por dentro.
ainda que me roubes o calor da noite,
ainda que turves a minha visão do infinito,
eu sei que te desejo com a vontade de um sonho.
apareces quando menos te espero
e eu corro empecilho para os teus braços,
entre trambolhões e faltas de ar,
nas piores vestes que possuo.
corro para ti com o suor dos pesadelos
e o fedor ao medo irracional do sol,
esse tirano que te diluirá para longe de mim.
tu és o meu nevoeiro permanente,
aquele que mil sóis não conseguem derreter.
esquisso de
poema livre
terça-feira, 9 de abril de 2013
obsessão ou amor de perdição
estou obsecado, sim ou não?
perdi, de mim, toda a razão.
espero que tu o possas ver,
eu não sei e jamais quis saber.
neste amor de perdição doce,
sonho o que queria que fosse:
uma e uma só noite roubada,
acordar contigo de madrugada.
o silêncio dos teus olhos fere mais
que a ausência de palavras banais.
só tenho a dizer, em minha defesa:
o que mais me dói é a tua tristeza.
as minhas, tu conhece-las bem,
são as chagas de um zé ninguém:
um comprimido que custa engolir,
mas, quando cai, lá dá para sorrir.
estou obsecado, é possível que sim.
se não por ti, pelo teu cheiro em mim,
talvez ainda pelo calor da tua pele
ou quiçá esse teu leve travo a mel.
amor de perdição, penso ser isso,
encantado sob um eterno feitiço.
afasta de mim essa vil cura,
que de certo me empurrará à loucura!
perdi, de mim, toda a razão.
espero que tu o possas ver,
eu não sei e jamais quis saber.
neste amor de perdição doce,
sonho o que queria que fosse:
uma e uma só noite roubada,
acordar contigo de madrugada.
o silêncio dos teus olhos fere mais
que a ausência de palavras banais.
só tenho a dizer, em minha defesa:
o que mais me dói é a tua tristeza.
as minhas, tu conhece-las bem,
são as chagas de um zé ninguém:
um comprimido que custa engolir,
mas, quando cai, lá dá para sorrir.
estou obsecado, é possível que sim.
se não por ti, pelo teu cheiro em mim,
talvez ainda pelo calor da tua pele
ou quiçá esse teu leve travo a mel.
amor de perdição, penso ser isso,
encantado sob um eterno feitiço.
afasta de mim essa vil cura,
que de certo me empurrará à loucura!
esquisso de
poema rítmico
quinta-feira, 4 de abril de 2013
a noite que fugiu
a noite cobre-me o corpo lentamente, como a sombra de um objecto invisível que esconde o raiar do dia. nem dou por isso, apenas quando já é tarde demais. ouço o cintilar da escuridão e os murmúrios de um silêncio que invadiu a minha mente. fala como se fossemos amigos de longa data e relembra memórias que eu não partilho. invento uma desculpa qualquer, quanto mais ridícula melhor, para me afastar de uma conversa sem palavras. sou melhor a falar com os olhos. digo o que sinto na mais pura honestidade, mas esta minha fraqueza é facilmente escondida no sonho de um sono, sob o manto dessa senhora de negro que me abraça com um toque gélido. ainda agora chegou e diz que é para ficar e eu desejo profundamente que jamais parta. só que este afecto rouba-me o calor do corpo, sinto o sangue a engrossar e o pulsar da vida a desvanecer. quero algo quente, por mais efémero que seja, sem que ela abandone o meu lado. quero uma lembrança da outra vida, sem ter que a repetir. sei que quero o impossível, mas é isso mesmo que eu quero: o impossível. tenho todas as oportunidades ao virar da esquina e rejeito-as uma por uma, sem dó ou piedade. eu desejo a noite, essa mulher pálida que me esfria. uma vez mais, ela abandonou-me num desejo por consumar. sinto uma luminescência a beijar-me a face e sei que um dia inteiro terá que acontecer, antes de lhe soltar os meus olhos novamente. acordei.
esquisso de
cartas a ninguém
quarta-feira, 3 de abril de 2013
coisas que ela diz (e eu gosto) #2
(depois de lhe perguntar se gostava de conhecer arashiyama)
- vou a todo o lado contigo.
- vou a todo o lado contigo.
esquisso de
coisas que ela diz
segunda-feira, 1 de abril de 2013
um bom dia para si também
hoje, às 9h07 da manhã, recebi uma mensagem no telemóvel que dizia o seguinte:
Bom dia carolina sou eu a claudia olha tu tens possibilidades nao é que queira abusar mas tem possibilidades de trazer a cadelinha a alfeizerao?transcrevo literalmente o que me chegou. não foi a primeira vez que recebi uma mensagem de um número desconhecido, mas hoje estava de muito bom humor. após uma pesquisa rápida, descobri que a freguesia de alfeizerão situa-se no concelho de alcobaça. decidi responder:
Bom dia, claudia. Não sou a carolina, o meu nome é joão.pensei que, no lugar da outra pessoa, também gostaria de ser informado do engano ao invés de ficar à espera de uma resposta que nunca chega. a conversa continuou:
Mas deram me este numero? :ocom um ícone representativo de alguém estupefacto, claro. eu só consegui salientar o óbvio:
Talvez se tenham enganado num digito ou assim.pelo que obtive uma nova resposta:
Secalhar fui eu qe me enganei! :s desculpe. Obrigadouma vez que o assunto ficou resolvido e eu estava bastante feliz esta manhã, não me contive e quis partilhar o meu entusiasmo pelo começo deste novo dia:
Ora essa, não tem de quê. Tenha um bom dia.e recebi um desejo semelhante do outro lado:
Obrigada e igualmente. Vou apagar entao este numero.espero que a cláudia tenha conseguido contactar a pessoa certa e que a cadela esteja agora num bom lugar. se todos fossemos mais simpáticos uns para os outros, especialmente com desconhecidos, talvez os bons dias fossem mais comuns e menos gente tivesse medo de sair da cama de manhã para enfrentar o mundo.
esquisso de
histórias do nosso quotidiano
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