terça-feira, 22 de maio de 2018

cala-te

vai embora e vê se desapareces
de uma forma que seja permanente,
p'ra que jamais em mim, na minha mente,
invadas o cerne das minhas preces.

desliga a voz que à noite me sussurra
esses desejos que nunca exprimiste,
esse amor vazio que em nada consiste
e p'ra autoflagelação me empurra.

tivemos nada mais que um silêncio
breve, na pausa d'uma tempestade
que eu achava ser, em nós, um prenúncio.

talvez o problema fosse a idade,
mas ao mundo inteiro eu te denuncio
como um mar infindável de vaidade.