quinta-feira, 20 de abril de 2017

eu gosto de ti, daquela maneira

eu gosto de ti, daquela maneira
secreta — nem à minha alma o contei,
nem ao coração, um dia, perdoarei
a omissão de tamanha chinfrineira!

por ti espero, em perpétua agonia
de uma dor que nasceu sem avisar,
da distância que impede de sonhar
que a cama não tem de se ter vazia.

abram alas aos meus dedos falantes,
que, em mim, são detentores da coragem
com a qual eu apenas sonhava antes.

p'ra que, um dia, possas ser mais do que imagem,
morrem aqui e agora as amantes
que eu apenas amei por vadiagem.