estou só, em completa escuridão
e acabei de rever a tua imagem,
cheguei a temer pela própria vida!
por um triz, não se irrompeu o coração
para começar a eterna viagem
que termina na tua cara conhecida.
sou um homem que pede pouco.
permite-me libertar esta agonia,
já tanto me custa sair da cama...
só eu sei que não estou louco,
é esse teu sorriso em demasia
que me continua a alimentar a chama.
prometo jamais te importunar,
na rua trocarei o meu sentido
e os meus olhos nunca tocarão os teus.
o meu amor encontrará um lar
onde esperará para ser abatido,
quando a felicidade chegar no adeus.
eu amo-te a sussurrar ao vento,
da montanha mais alta do meu peito,
palavras feitas do mais doce mel.
esquecer é tudo o que em vão tento,
porque nem para morrer tenho jeito,
quanto mais para empunhar um anel!
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
sentidos
as cores vestem-se de igual,
vejo padrões de curvas e rectas
dispostos de um modo banal,
como quem segue por setas.
as vozes não me dizem nada,
doces, graves ou imperiais,
oiço a paisagem estagnada
em silêncio a gritar por mais.
o toque é uma ilusão pura
na minha pele feita de aço,
não sinto calor ou frescura,
tudo o que sinto é cansaço.
o vil cheiro desta besta,
demónio na minha alma,
é o único aroma que resta
cuja doçura me acalma.
o gosto das tuas entranhas
não mais me há-de largar,
por mais vidas que tenhas,
serás açúcar no paladar.
vejo padrões de curvas e rectas
dispostos de um modo banal,
como quem segue por setas.
as vozes não me dizem nada,
doces, graves ou imperiais,
oiço a paisagem estagnada
em silêncio a gritar por mais.
o toque é uma ilusão pura
na minha pele feita de aço,
não sinto calor ou frescura,
tudo o que sinto é cansaço.
o vil cheiro desta besta,
demónio na minha alma,
é o único aroma que resta
cuja doçura me acalma.
o gosto das tuas entranhas
não mais me há-de largar,
por mais vidas que tenhas,
serás açúcar no paladar.
esquisso de
poema rítmico
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
dúvida
eu tinha tantas certezas
das certezas que não tinha
e esta culpa, que é só minha,
arrasta-me entre tristezas.
o meu verso era mentira
embelezada sem esforço,
um prego atirado ao poço
nem da tábua se retira.
trago dúvidas na carteira
sobre o passado obscuro,
abro a mão do futuro
sem verdade derradeira.
só sei que a hesitância
se tornou mais um vício,
o meu único malefício
desde o tempo de infância.
novamente, uma criança,
quem me dera poder ser,
porquês fáceis de responder
e um olhar de esperança.
das certezas que não tinha
e esta culpa, que é só minha,
arrasta-me entre tristezas.
o meu verso era mentira
embelezada sem esforço,
um prego atirado ao poço
nem da tábua se retira.
trago dúvidas na carteira
sobre o passado obscuro,
abro a mão do futuro
sem verdade derradeira.
só sei que a hesitância
se tornou mais um vício,
o meu único malefício
desde o tempo de infância.
novamente, uma criança,
quem me dera poder ser,
porquês fáceis de responder
e um olhar de esperança.
esquisso de
poema rítmico
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