sábado, 3 de novembro de 2018

sara

tortura é ter-te comigo tão perto
e não poderes estar mais distante,
os teus olhos reflectem um amante,
os teus lábios — oásis no deserto!

p'ra infortúnio das mulheres — essas
que passam à minha frente na rua —
oh! meu coração, não pares... recua,
se por ela as paredes atravessas!

já não me lembro de sentir as veias
trepidar sob as camadas de pele —
esta pele que tu e só tu incendeias.

e o meu corpo, que tanto te é fiel,
sucumbe ao amor que tão bem doseias
em dose que sempre será cruel.