domingo, 31 de agosto de 2025

Lana

sempre surges em sossego,
algo efémero e passageiro,
um sonho pouco verdadeiro
no sorriso em que me apego.

inquietação há muito perdida,
paz entre muralhas erguida
e, no exterior, um fosso –
nem um sussurro, eu ouço!

vê a devastação desse olhar
que tudo, em mim, destruiu,
esse poder para desarmar
o que nem se construiu.

nesse cheiro qu'eu nem ligava,
vieram troianos desordeiros
nos ventrículos hospedeiros
abrir uma cova nova e brava.

nesta guerra que não combati,
levaram tudo, deixaram nada
além do adeus que eu não pedi
e, no meu peito, uma facada.