há dias em que escrevo muito, há dias em que escrevo pouco. há ainda aqueles dias em que escrevo puramente por escrever, sem nada ter para dizer, apenas pelo simples prazer de algo branco preencher. e eu pergunto para mim mesmo, será isso algo digno de se escrever? eu acho que sim. quem sabe, mais tarde, alguém não vai analisar e dissecar cada palavra meticulosamente, encontrando significados que nunca estiveram lá. é a arte de criar vazio e dele fazer surgir uma imensidão de ideias sentidas que nunca foram pensadas. talvez, só talvez, precisemos do vazio de outro para encontrar o nosso conteúdo. o que é um imenso nada para uns é, muitas vezes, tudo e mais do que tudo para um outro qualquer. tudo o que escrevi em tantas linhas, facilmente se resumia numa curta frase. no entanto, é no espremer da temática - quando se ataca um assunto a partir de todos os flancos possíveis - que se encontra, em alguma versão do mesmo, o significado. nem todos interpretamos de maneira igual e uns requerem um tipo de explicação mais pormenorizado e cheio de paciência, ao contrário daqueles a quem duas palavras mal marteladas são suficientes para explicar toda a essência de algo. olhem só para mim, quão fácil me ponho a divagar sobre coisa alguma.