são palavras de uma boca não tua,
são movimentos que não te pertencem,
acções que, vindas de ti, não se entendem,
como quem dança sozinha na rua.
fazem-se de ti boneca de engonços,
já não tens gestos teus p'ra governar,
nem te resta a vontade p'ra pensar
nos sentimentos que aí tens esconsos.
nem o amor a ele sabe governar...
quem há... quem há que virá governar-te,
se é o coração quem não se quer dar?
num suspiro divino, ganho a arte
que — de quem nada mais tem p'ra falar —
tudo diz nesse gesto que é amar-te...