tenho cocaína nas veias,
é a dose que chega ao fim,
é a fornalha que incendeias
quando passas por mim.
tenho a ruína do castelo,
que montámos em criança,
que apelidámos de belo
antes de perder a esperança.
tenho notícias do fundo
do saco que bate no peito
do homem a gritar ao mundo
que nada corre do seu jeito.
tenho sono imenso p'ra dormir
na cama que é grande demais,
na rua onde se fazem ouvir
os doces uivos dos chacais.
os doces uivos dos chacais.