há um amor transcendente,
à espera de se revelar,
no coração dessa gente
que se afoga no mar.
os outros serão os outros,
interessa-me só ela
e os sentimentos neutros
pintados a aguarela.
tenho um coração encarnado,
com a fúria de um tufão,
que tudo fala calado
ou por detrás da mão.
por aí, eu a vejo sorrir,
como se o mundo lhe sorrisse,
fico-me pelo ir e não ir -
há-de pensar que é tolice.
fala - parece que canta,
respira como uma leve brisa
e quando lá se levanta
a minha alma paralisa.