por mais que possua,
sinto-me, em cada dia, com menos.
sou merecedor de requintadas relíquias,
mas pagam-me meia dúzia de seixos,
enquanto os demais me tratam por senhor
ao invés de vossa excelência.
pouco me importa!
eu sei que,
em mim,
sou mais do que no mundo.
esse sabê-lo-á um dia e a seu tempo,
se lhe importar questionar-se sobre isso.
há um punhado de consciências
sobre as quais lanço a sombra da minha,
com formas nem sempre verdade,
mas jamais completamente mentira!
aqui, guardo a chave de um enigma
cuja veracidade é dúbia
e a sintaxe um chão sem fundo.
as cabeças navegam pelo ar
e ninguém as sente fugir.
foram olvidados os caminhos que pisei,
será que nunca os conheci?