segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

psicossomático

depois de ti, pensei nunca mais voltar
àquele lugar que me mantém sano,
quando tudo o resto está fora do lugar
e a minha alma vagueia sem plano.

por te conhecer e aprender a tua falta,
sei que isto vai um pouco mais além;
ainda que não o admitas em voz alta,
já contas o dia pelas horas que tem.

levas-me por ruas que nunca percorri,
dás-me um beijo, agarras-me a mão
e, nesse momento — sem pensar, sorri
por todos os dias em que me deixas são.

eu sou novo, mas não sou assim tanto
e sei que um dia já me senti de igual,
muda-se o quando e muda-se o quanto
e a doença é a mesma, sinal por sinal.

tenho saudades e vontade de te ver,
quero voltar — voltar para ficar
e fazer as coisas que não ouso dizer,
que são, por agora, só p'ra imaginar.