terça-feira, 28 de janeiro de 2014

efemeridades ilusórias

ah! o quando eu pensei ser verdade,
e que o fosse eu tanto implorei
e se o fosse tanto que eu jurei
abandonar toda a minha vaidade.

ah! se a ilusão pouco tivesse de real,
talvez eu pudesse ter sido diferente
e se diferente fosse — aparentemente,
tudo continuaria exactamente igual.

ah! que homem seria de mim,
se por um instante eu acreditasse
e se nesse instante eu te tocasse
como quem escreve adeus no fim?

ah! eu que tanto fui massacrado
todo este tempo sem o quereres
e inocentemente sem perceberes
que o mal foi teres ficado.

ah! o erro foi deixar-me amar-te
com a certeza de um sonho a sós,
cujas personagens só éramos nós
num mundo completamente à parte.