quarta-feira, 5 de maio de 2010

a sonhar

da criança ao idoso,
a sonhar, a sonhar
algo bem precioso,
a sonhar, a sonhar.

acordar sobressaltado,
tremer, tremer de terror,
à beira do precipício,
aparece o tal senhor.

não faz sentido algum,
este sonho, este sonho,
mas e se fizesse?
não era mais um sonho.

quando é bem irreal,
mesmo, mesmo impossível,
este sonho, este sonho,
barreira intransponível.

faz da terra céu,
bem, bem azul,
faz da nuvem tapete,
navega para sul.

o dedo no barco,
empurra, empurra o menino,
pela fantasia,
estranho caminho.

suor da noite,
muito, muito quente,
sonha o pequenino,
sonha que é gente.

surge um beijo,
curto e curtinho,
é daquela menina
que dá um pulinho.

inconsciente está,
branco, branco o cabelo,
imagina que é rei,
rei no seu castelo.

nada faz mais sentido,
no sonho, no sonho,
tudo está perdido,
no sonho, no sonho.

sonho pilar da vida,
tudo, tudo de sonho,
nada mais de real,
um pouco medonho.

fantasia ao frio,
ao relento, ao relento,
em pleno inverno,
mostra algum talento.

tem pena e vai,
corre, corre longe,
vai e não vai,
fica e não finge.

rouba um doce,
é fácil, fácil,
guloso bebé,
tão, tão dócil.

aparece sorrateiro,
devagarinho, devagarinho,
escreve no letreiro
saudade e carinho.

vai agora embora,
ao luar, ao luar,
fica aqui e chora,
dói até passar.

tudo um sonho,
nada, nada mais,
tudo é sonho,
nada, nada mais.