terça-feira, 4 de maio de 2010

o embrulho

eu não sou um homem rico,
não te posso presentear o mundo,
não te posso impressionar com uma pedra,
não te posso levar àquele lugar quase perfeito,
ficaria completo com o teu cabelo a ondular o vento.

eu não sou um homem poderoso,
não te posso oferecer um crime,
não te posso mostrar um pequeno delito,
não posso fazer os teus problemas desaparecer,
apenas um pequeno abraço para ajudar a esquecer.

eu não sou um homem forte,
não te posso mostrar um corpo atlético,
não te posso conquistar com mestria anti-gravítica,
não te posso proteger contra uma inteira legião,
mas atirava-me à luta até cair morto no chão.

eu não sou um homem feio,
não sou um homem anormal,
não sou um homem ridículo,
sou perfeito na minha insignificância.

aquilo que vês à tua frente,
o embrulho que os teus olhos devoram
é todo o próprio conteúdo,
não precisas de abrir.

ofereço-te o meu paraíso,
tem uma árvore de fruta deliciosa,
um rio de leite bem cremoso
atravessa o jardim de bolacha estaladiça.

eu sou um homem simples,
o teu sorriso era mais que suficiente
para me fazer de feliz efervescente.

eu sou um homem dedicado,
faria de alma coração
para as tuas lágrimas não passarem de pura ilusão.

eu sou um homem tosco,
mas sei ocupar o meu pequeno lugar
e jamais te iria envergonhar!

eu sou um homem inteligente,
mas cravava o sol até a retina queimar,
se apenas tu estivesses disposta a deixar amar.