não sei porque escrevo
ou o que escrevo,
só sei é que o faço
e faço-o porque me atrevo!
não falta o lápis e o papel,
leite quente e um pouco de mel,
o inverno frio sem luar,
um triste pintor sem pincel.
não falta tema, por mais mundano
que seja esse reles quotidiano,
a vida da criatura mesquinha
que apelidaram de "ser humano".
não há-de passar o dia
sem notícia de alguma euforia,
uma tragédia ou uma morte
para a caneta ficar vazia.
gosto de juntar palavras,
gerar padrões, repetições e ilusões!
há quem o faça com arte
e fá-lo bem por toda a parte!
mas também tem muito jeito
a total falta de sensatez,
quando toda a ilucidez
jorra do vazio do peito.