analisava uma amostra de sangue, sem me lembrar como chegou ali – às minhas mãos. foi então que me apercebi, quando espreitei pela janela do laboratório. a noite surgiu como o eco de uma pedra a atingir o fundo de um poço. gritei três vezes o teu nome “leonor! leonor! leonor!” e três vezes ecoou pelos adormecidos corredores do hospital psiquiátrico. desejei descobrir os teus íntimos segredos, ao nível das tuas ínfimas moléculas. estavas tão feliz por conseguires ser nada mais do que isso, que o meu ciúme temia tratar-se de outro homem. num segundo respiravas, no outro não.