terça-feira, 20 de abril de 2010

que me vale seja o que for?

que me vale uma cama,
se não tenho sono?
que me vale o conforto,
se tudo é incómodo?
que me vale o dinheiro,
se não me cobre os caprichos?
que me vale a inteligência,
se ajo como idiota?
que me vale a aparência,
se há alguém melhor?
que me vale a água,
se o interior é imundo?
que me vale a loiça,
se não há alimento?
que me vale o carro,
se o pavimento é de terra?
que me vale um país,
se sou um estrangeiro?
que me vale um tecto,
se não me sinto em casa?
que me vale uma amigo,
se eu gosto é da solidão?
que me vale o sol,
se não me ilumina o dia?
que me vale a música,
se as notas são mudas?
que me vale a voz,
se não posso gritar?
que me vale a vida,
se eu nunca a quis?
que me vale este coração,
se está vazio?