segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

ergue-te!

outrora foste sem igual,
dos teus homens imensa coragem,
já nem pareces portugal,
nem pessoa, nem mensagem.

tanta lição, aprendeste nada,
maus exemplos preenchem a tua história,
nem a fraca força armada
te consegue elevar a glória.

que império outrora teu,
resta agora nos confins do mundo,
nem um amigo te valeu,
maldita hora, atingiste o fundo.

as tuas manhãs de nevoeiro
sempre enfeitaram a tua costa,
e os pescadores do carvoeiro
que não te deixam sem resposta.

em tempos de el-rei eras tu forte,
caíste em desgraça na infame ditadura,
lá fora, teus aliados gritam "morte!"
e enchem-te os bolsos de serradura.

o teu povo não aguenta mais,
os alicerces estão em ruína,
palavras vãs as que aclamais
por salvação ao virar da esquina.

imponente cultura em decaimento,
a tua palavra vale tostão nas outras terras,
este povo em vão sofrimento
está pronto para novas guerras!

ergue-te e desembainha a espada,
grita em memória dos teus avós,
a estrada desde então preparada,
sem medo, avancemos nós!