estou obsecado, sim ou não?
perdi, de mim, toda a razão.
espero que tu o possas ver,
eu não sei e jamais quis saber.
neste amor de perdição doce,
sonho o que queria que fosse:
uma e uma só noite roubada,
acordar contigo de madrugada.
o silêncio dos teus olhos fere mais
que a ausência de palavras banais.
só tenho a dizer, em minha defesa:
o que mais me dói é a tua tristeza.
as minhas, tu conhece-las bem,
são as chagas de um zé ninguém:
um comprimido que custa engolir,
mas, quando cai, lá dá para sorrir.
estou obsecado, é possível que sim.
se não por ti, pelo teu cheiro em mim,
talvez ainda pelo calor da tua pele
ou quiçá esse teu leve travo a mel.
amor de perdição, penso ser isso,
encantado sob um eterno feitiço.
afasta de mim essa vil cura,
que de certo me empurrará à loucura!