na terra que eu escolhi não há rei,
serás tu soberana do lugar
onde espero um dia vir a descansar
às margens desse rio cruel e sem lei.
a noite cai, como se nada fosse,
tudo fica sereno na tua terra,
só no peito, de vez em quando, berra
a crua tempestade que a mágoa trouxe.
vai na terra de infindável vazio,
ocupar o lugar que era só meu
e abandonar-me num castelo frio.
já não me lembro do que aconteceu,
possuí o teu coração, mas perdi-o
p'ró amor que, sem mim, em ti faleceu.