"a chuva cai e eu tropeço, por estas ruas onde sempre ando."
se eu soubesse, naquele momento, se eu adivinhasse aquele dia
é certo, e mais que certo, jamais tais coisas eu te diria!
um pássaro pairou sobre mim e assustei-o para se afastar,
disse "vil criatura, desaparece! vil criatura, só me dás azar!"
eu choro para dentro: os meus pulmões, em si, colapsam
e eu tusso — esse é o meu choro — pelas mágoas que passam.
são uma forte corrente: as águas de um rio voraz
interminável — inexplicável, jorrá-las não sou capaz.
um azevinho cresceu sobre mim e olhei-o com desdém,
disse "não vês que estou só? não vês que tenho ninguém?"
observo a noite, tão escura como quem esquece
e as estrelas cintilam à esperança que desvanece.
julguei-me conhecedor e mestre dos teus sentidos,
fiz dos sonhos que tiveste objectos oprimidos.
um gato deitou-se sobre mim e enxotei-o de repente,
disse "jamais serei teu amigo! jamais terei um colo quente!"
ainda que depois de morto e por mais morto que esteja,
é o teu corpo — esse teu doce corpo — que este meu corpo deseja.
sou demente — sou sim, certamente — não me sei de outro jeito
e a culpa será — e será, certamente — deste pêndulo que trago ao peito.
um gigante chegou sobre mim e enfrentei-o com coragem,
disse "lembrar-te-ás do vencedor! lembrar-te-ás da minha imagem!"
esta seria a ode — a ode das odes — que eu te dedicaria por escrito,
de quem te ama, de quem te sente, de quem te clama num grito.
a tua sombra — de tantas outras, que em nada são iguais —
é a réstia de uma deusa que se perdeu para os carnais.
um sonho surgiu sobre mim e violei-o sem contenção,
disse "tais coisas eu não mereço! tais coisas, para mim não!"
sinto que o mundo é o cumprir de uma velha sentença,
onde viver é somente o sintoma de uma doença.
se porventura o dia chegar em que nos elevemos ao extremo,
deixa-me declarar "é a falta desse amor que temo."
um desejo refugiou-se sobre mim e rendi-me finalmente,
disse "estás em mim uma vez, estás em mim eternamente!"
se eu soubesse, naquele momento, se eu adivinhasse aquele dia
é certo, e mais que certo, jamais tais coisas eu te diria!
um pássaro pairou sobre mim e assustei-o para se afastar,
disse "vil criatura, desaparece! vil criatura, só me dás azar!"
eu choro para dentro: os meus pulmões, em si, colapsam
e eu tusso — esse é o meu choro — pelas mágoas que passam.
são uma forte corrente: as águas de um rio voraz
interminável — inexplicável, jorrá-las não sou capaz.
um azevinho cresceu sobre mim e olhei-o com desdém,
disse "não vês que estou só? não vês que tenho ninguém?"
observo a noite, tão escura como quem esquece
e as estrelas cintilam à esperança que desvanece.
julguei-me conhecedor e mestre dos teus sentidos,
fiz dos sonhos que tiveste objectos oprimidos.
um gato deitou-se sobre mim e enxotei-o de repente,
disse "jamais serei teu amigo! jamais terei um colo quente!"
ainda que depois de morto e por mais morto que esteja,
é o teu corpo — esse teu doce corpo — que este meu corpo deseja.
sou demente — sou sim, certamente — não me sei de outro jeito
e a culpa será — e será, certamente — deste pêndulo que trago ao peito.
um gigante chegou sobre mim e enfrentei-o com coragem,
disse "lembrar-te-ás do vencedor! lembrar-te-ás da minha imagem!"
esta seria a ode — a ode das odes — que eu te dedicaria por escrito,
de quem te ama, de quem te sente, de quem te clama num grito.
a tua sombra — de tantas outras, que em nada são iguais —
é a réstia de uma deusa que se perdeu para os carnais.
um sonho surgiu sobre mim e violei-o sem contenção,
disse "tais coisas eu não mereço! tais coisas, para mim não!"
sinto que o mundo é o cumprir de uma velha sentença,
onde viver é somente o sintoma de uma doença.
se porventura o dia chegar em que nos elevemos ao extremo,
deixa-me declarar "é a falta desse amor que temo."
um desejo refugiou-se sobre mim e rendi-me finalmente,
disse "estás em mim uma vez, estás em mim eternamente!"