já não sei sobre o que escrever. sinto que já escrevi tudo sobre tudo e ainda não disse nada, como se toda a história da humanidade pudesse ser moldada numa só palavra e essa pertencesse a um dialecto que ninguém entende. o que importa todo o fantástico embelezamento se ninguém percebe? por vezes, preferia ser rude. se eu fosse rude diria tudo sem papas na língua; ainda que pudessem odiar o meu calão e ridicularizar a minha ignorância, seria compreendido. ao invés, nasci com mel no coração, que me entope as veias com grumos de cada vez que bate mais acelerado. acontece-me todos os dias, várias vezes até, e eu tento explicar da melhor maneira que consigo. tem dias que nem eu me entendo e este é um deles.