são só saudades que trago a meu peito
da pele que vestes, nunca toquei.
se o olhar que me deste era perfeito,
bem sei que o pedi, mas nunca agarrei.
foi p'los olhos de outro que não eu
que a tua imagem ao de cima veio,
lembrar que aquilo ainda não morreu
na margem deste rio que vai a meio.
aquilo que sabes, sentes e foges
como uma sombra se esconde da luz
neste amor em que tanto te despojes.
já na noite a tua alma se seduz
com palavras que saltam sem perdão
nas saudades que tenho do teu não.