o meu medo de te encontrar
é o meu medo de te perder
e a minha ânsia p'ra te tocar
não passa a dor de te esquecer.
porque ter-te seria tão bom,
seria demais p'ra um só homem.
como fazes tu esse som
dos anjos enquanto dormem?
talvez esteja eu a sonhar
alto demais e acordado,
que este meu chão p'ra andar,
um dia, revela-se inacabado.
essa berma do precipício
será a delicadeza do destino
única e que, por suplício,
me livrará teu ser divino.
peço-te um só empurrão,
para trás ou para a frente,
que não mais este coração
sofra hesitantemente.