a noite carrega-me feito criança,
que antes de ti fui e nunca mais,
essa que ainda vive a esperança
e as saudades dos teus gestos banais.
se fosse, um dia, esse mar de lembrança,
eu banhar-te-ia como o faz à costa,
porque se é p'ra se empunhar uma aliança
há que provar que realmente se gosta.
bem sabes... não foi por esquecimento,
talvez falta de tempo, ignorância...
falta de olhos num coração atento!
quando já só resta a última instância,
vagueio a noite em claro, ao relento
ainda a viver o meu sonho de infância...