quarta-feira, 17 de junho de 2015

Celeste (IV)

a sombra que lanço sobre os vidrais,
encobertos p'ra não se ver o dia,
cuja luz me traz tamanha agonia,
faz pena aos seres celestiais.

tanto tarda em chegar a madrugada
que o desespero se instaura agora,
pouco depois da fatídica hora
em que te encontrei suja e desgraçada.

esse sorriso era p'ra mim precioso,
tal como era o teu amor duvidoso
ou como no sonho em que, p'ra mim, vieste.

não sei como pude eu ser capaz
p'ra fazer o que a paixão nunca faz —
apagar esse teu nome — Celeste!