quarta-feira, 17 de junho de 2015

Celeste (V)

tu foste linda e jovem em demasia,
foste tudo o que eu podia querer,
razão do meu respirar, de viver,
levantar, sair e enfrentar o dia...

quem assim te fez era rei ou mago,
era deus próprio, se deus existisse,
só não te quis, quem antes não te visse
nos braços da paixão onde eu te trago.

salva-me às garras de insanidade
que me levaram à louca vontade
de rasgar c'os abraços que me deste.

enterrei o teu corpo no jardim
e, de súbito, regressou a mim
o som, esse dom, meu amor — Celeste!