quarta-feira, 15 de junho de 2011

assusta-me

- diz que não me amas.
- o quê?
- diz que não me amas, joão. nunca me amaste!
- não!
- eu estou a pedir-te.
- jamais farei tal barbaridade! recuso-me a perpetuar tamanha falsidade, joana! nem acredito nas palavras que balbucias, por vezes. pareces tão deslocada da realidade. assustas-me assim, dessa maneira.
- maldito sejas, joão! se me amas, devias fazer tudo o que te peço.
- e mais nada?
- e tudo o que eu te peço é já um elevado privilégio para ti, meu senhor!
- estás completamente fora de ti! o que raio aconteceu?
- eu nem devia dizer isto, no estado em que estou. mas tem calma, joão! estás aí todo inquieto, quando eu é que preciso de um belo susto.
- não estou a perceber.
- estás a falar comigo há cinco minutos e ainda não reparaste?
- só que estás demasiadamente estranha, mais do que o costume.
- cala-te! não vês que estou com soluços?