quinta-feira, 5 de maio de 2011

gostar pouco demais

nesta louca paixão fora de si,
permaneces tu ávida e serena,
mas guarda ousadia, mulher morena,
que este coração desiste de ti.

dar-me - para jamais voltar a mim,
em liberdade que tanto sufoca,
agarra, prende e sempre me derroca,
bem lá longe se esconde, sem fim.

minha mãe, que me fala com cantigas,
nestes verdes olhos, imagens belas,
"um dia vais encontrar boas amigas."

ando na chuva de palavras frias,
à espreita entre perdidas janelas
e adormeço com ilusões antigas.