nada se distingue em frente.
no entanto, não está escuro.
a rua é um lugar diferente,
se se esconde atrás d'um muro.
faça chuva ou faça sol,
haja um leve ou denso nevoeiro,
esconda-se lá - no farol,
que o homem chega inteiro.
ainda que as luzes se vão,
nunca houve uma hora certa,
abraçar a escuridão,
passear a rua - deserta.
é o crepúsculo, é a alvorada!
o contorno de um insolente mensageiro?
seja o orvalho da madrugada...
não, é apenas nevoeiro.
o que faz, o que quer?
nunca vem para ficar.
mas para o que der e vier,
o pouco é de aproveitar.
e é tímido - quem diria!
tomava-o por rude desordeiro.
vai nascer o novo dia,
vai fugir o nevoeiro!