quem foi que te conheceu,
no meu reino escondido ao luar?
o que ele te prometeu,
que eu não era também capaz de dar?
quem foi que se perdeu,
num mísero e singelo olhar?
quem tocou o que era meu,
e fugiu antes do meu chegar?
meu amor, foste tu que desertaste
o teu reino escondido ao luar.
meu amor, porque abandonaste
o servo com quem te acostumaste brincar?
mas quem foi que te roubou,
da minha torre virada para o luar?
quem foi ele que te safou,
do beijo que jamais te vou beijar?
um dia, vais tu olhar para trás,
com saudades do reino banhado ao luar.
já só peço um pouco de paz,
no meu túmulo cavado ao pé do mar.
nas noites em que não consigo dormir,
sinto falta da tua canção de embalar.
condeno-me a daqui nunca partir,
espero-te no nosso reino escondido ao luar.