terça-feira, 8 de junho de 2010

caneta, papel e adeus

este é, sem dúvida,
o mundo mais estranho onde já vivi.
amar aqui, não significa necessariamente,
ser amado também.
decidi regressar ao lugar mais perfeito que já conheci.
e lá... lá sim! vou amar e apaixonar,
ser amado como ninguém!

façam do meu corpo o que vos convém,
já não é meu, nunca o foi! era teu.
aqueles a quem a minha falta se fizer sentida,
deixo nada, um moribundo romeo.
sou finalmente livre, as algemas caíram
aos meus pés para cometer todos os crimes.
recluso nesta dor que me consome
de te perder de vez para esta forca de ciúmes.

tu sabes quem sou.
violavas-me nos teus sonhos mais pacíficos.
e eu? estripava-te em seguida dos gritos,
gemidos de casto prazer.
mas esta paixão meu amor,
devora-nos dos sentimentos mais intrínsecos.
eu só espero que jamais alguém descubra
a coisa que é saber sofrer.

este silêncio imundo é o meu fiel parceiro,
a orelha do surdo que me guia na escuridão
onde os olhos do cego são o meu isqueiro,
eu desapareço sem contrição ou pedir perdão.