apeteceu-me escrever sobre sexo,
mesmo sem vontade ou algum nexo.
tentar ser como o tal de bocage
ficar à escuta de como ela reage.
de tanto prazer que trás ao nosso ser
ainda hoje é de pouco falar, pouco escrever.
lembrar a carnificina que aconteceu,
quando ela se despiu, foi ele que morreu.
o coração que bombeia a mil à hora
ao ver os seios dela aqui e agora,
o afluxo de sangue que chega e enrijece
quando daquelas pernas a saia desce.
se eu te tivesse aqui nos meus braços
os beijos pelo corpo seriam escassos,
mais perto do umbigo e continuar a descer
para te conseguir por toda estremecer.
daquelas mulheres, as que fingem,
tu és diferente, tu és virgem.
sinto a tua lubrificação natural
dar-me uma força, vontade animal.
a coisa deliciosa a que chamas cintura,
caminhas em lingerie e levas-me à loucura.
como me apetece atirar-te para a cama,
por mim tanto era no chão ou mesmo na lama.
quero deleitar-me em luxuria contigo
no nosso canto, pobre e humilde abrigo.
quero segurar-te as mamas na palma da mão,
fazer-te amor, lentamente, até mais não.
e à merda com todas as putas do mundo
que distorcem o sexo e o tornam imundo
com aqueles seus grandes conos desonrados
por tantos fidalgos de membros descuidados.
mas centro a minha atenção aqui em ti
de pensar tanta noite que já perdi,
fosse a nossa paixão começar mais cedo
que tudo logo abandonava o segredo.
se eu pudesse ter um desejo em solidão
seria ter-te aqui ao invés desta mão
que me arrasta em eterno desejo
de te possuir em muito mais que um beijo.