espero que te arrependas, um dia,
eu quero mesmo que sofras mágoas.
desejo-te imenso mal estar - o pior,
tanto quanto possível sem te matar.
vai ser tão maravilhoso olhar para ti então,
perfurar as fendas que apagas da cara
com as unhas que imundo em terra
antes de as cravar no teu leito de lágrimas.
na rua, onde todos vêem, estás tu,
nos trapos nupciais onde te abandonaram.
imploras decência, dignidade e perdão,
alguém te leve, alguém te eleve novamente.
os outros olham-te de lado - com desdém,
mas eu não, sabes que não sou assim.
passo por ti com um verdadeiro sorriso,
quiçá a minha única felicidade de sempre.
tempo - que imensidão ainda por contar,
onde me agarro à razão de viver.
tudo o resto é banal - um mundo animal,
onde acordo e pergunto se já te dói.
confinem-me a uma eternidade de solidão,
jamais mais um segundo que seja contigo.
leva daqui a tua asquerosa podridão - longe,
condeno-te a amar à margem da sociedade.